Obrigações Benfica SAD 4,25%. Vale a pena subscrever?

A SAD  do Benfica emitiu novo empréstimo obrigacionista nos termos já habituais, ficando-se desta vez o juro pelos 4,25% brutos. O emagrecimento progressivo desta taxa é um sinal de maior solidez da empresa, ou pelo menos do seu reconhecimento como tal por parte do mercado. A grande questão passa por saber se vale a pena fazer este investimento. Já na última emissão, com maturidade em 2018, me mantive à margem e optei por não ir à subscrição. Os dois rivais continuam com taxas muito mais atractivas, e apesar do risco de falência no Benfica ser teoricamente inferior não deixa de ser um clube de futebol. Quando os activos dados como garantia de um empréstimo são seres humanos tudo pode acontecer, e é importante que se tenha essa noção. Vamos então ver a questão essencial, se vale ou não a pena subscrever estas obrigações. Façamos o exercício de duas formas distintas, dividindo a questão em duas partes.

Vale a pena comprar obrigações do Benfica, para uma óptica de médio prazo?
É sempre interessante ter uma parte da carteira financeira com obrigações de futebol. Pagam um juro muito superior à média do mercado, e o risco não é assim tão superior ao que é incorrido em outros títulos subordinados da nossa praça. Veja-se os exemplos das subordinadas do Banif e do BES... Se olharmos para as obrigações do Sporting, que cotam neste momento com uma Yield a rondar os 6%, estamos a falar de um diferencial que representa quase 50% de margem de lucro. Apesar do maior risco associado a este clube, atribuo-lhe ainda assim uma probabilidade de falência muito baixa até 2018. Representa, por isso, na minha opinião uma opção melhor do que a compra das obrigações do Benfica. O mesmo em relação ao FC Porto, que cota neste momento com uma YTM a rondar os 5 pontos de base a que foi emitida, mas que representa ainda assim um prémio importante face ao oferecido pelo Benfica. A minha opinião nas obrigações de futebol, como sabem, passa pela diversificação a 3. Neste caso em concreto, acredito que a percentagem da carteira alocada às obrigações do Benfica deverá ser a menor.
E vale a pena subscrever esta emissão em particular, ou é preferível ir ao mercado?
Inteligentemente, os responsáveis pela emissão foram ao mercado ver a percepção do mesmo relativamente ao risco antes de decidirem o valor do cupão. Com isto, atribuíram um cupão muito próximo ao da Yield que o mercado está a atribuir. Quero com isto dizer que a diferença entre ir ao mercado ou ir ao rateio é mínima de um ponto de vista de ganho potencial. Fica, daí, dependente a participação ou não na subscrição do peso de comissões que cada um paga em mercado ou na subscrição. Em termos especulativos, não vejo potencial de crescimento superior a um máximo de 1-1,25%, que já é o próximo das habituais oscilações de mercado. Importa ainda referir que uma emissão com maturidade mais longa deveria ser associada a um risco maior, pelo que teoricamente uma emissão de 2018 seria preferível em termos de risco potencial. Somando todos estes factores, e concluindo a ideia, pessoalmente não irei participar neste empréstimo obrigacionista. Pelo menos na acção de subscrição.

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