BES - Análise Semanal

O título vencedor da sondagem colocada no Facebook foi o BES. Desde o início da crise bancária o BES já caiu quase 95%, entre mínimos em máximos, com uma pequena trégua de 6 meses em 2009. O actual período é de especial dificuldade para todos os bancos portugueses, pela necessidade de atingir os rácios de capital. Recapitalização estatal, aumentos de capital e a previsível desvalorização de activos imobiliários, todos factores a puxar as cotações da banca para baixo. Diz-se que o BES poderá ser o maior beneficiário da recapitalização estatal do BPI e do BCP, mas nem isso me parece suficiente para uma inversão do sentimento terrivelmente negativo que paira sobre a banca.

Ainda assim, tecnicamente poderia estar pior. E, não querendo de forma alguma contrariar a tendência tremendamente negativa que marca o título, acredito que poderá dar-se um ressalto em breve. Desde 2009 que o BES tem vindo a construir um padrão bem definido de consecutivos lower-highs. Onze consecutivos, para ser mais rigoroso! Apenas quebrados recentemente, com o rally de inicio de 2012.

Isso é um sinal positivo, pois não existindo uma linha de tendência guia, este padrão é o primeiro indicador de uma possível inversão. Infelizmente para o BES e para os seus accionistas, não é suficiente. O  padrão de mínimos mais altos continua sem aparecer, tendo o título atingido novo mínimo no final do mês de Maio. Enquanto não tivermos mínimos consecutivamente mais elevados (higher-lows), juntamente com resistências quebradas (a resistência do gap pós-AC e a resistência do anterior máximo relativo), não poderemos falar numa inversão de tendência. E, por todos esses motivos, eu não entraria agora no BES.

Mas apesar disso, há um sinal interessante que deve ser tido em consideração: uma forte divergência RSI. Da última vez que tal aconteceu houve um ressalto de 75%. Não digo que vamos ter um ressalto dessa magnitude, até porque terá grandes dificuldades em ultrapassar o gap, mas poderá gerar-se uma subida interessante para os que estão a pensar fugir com menos perdas. Seja como for, é fundamental ter em consideração que se o anterior mínimo quebrar, as perdas podem intensificar-se.


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